Luto e escrita no diário de Walmir Ayala
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Palavras-chave

Walmir Ayala
diário
morte

Como Citar

FORTUNA, D. R. Luto e escrita no diário de Walmir Ayala. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, [S. l.], n. 29, p. 79–94, 2019. DOI: 10.24261/2183-816x0529. Disponível em: https://revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/483. Acesso em: 24 mar. 2025.

Resumo

Este artigo analisa os três volumes do diário do escritor Walmir Ayala — escritos no final dos anos 1950 e publicados nas décadas de 1960 e 1970 —, principalmente no que diz respeito à sua relação com a morte. Com uma vasta obra, atualmente pouco conhecida do grande público, Ayala lançou diversos livros, entre romances, contos, coletâneas de poesia e peças de teatro. Sua escrita é marcada por um intenso interesse pela morte. Tal interesse parece ter relação com a perda de sua mãe, que morreu quando ele tinha apenas quatro anos. Em seus escritos, o próprio escritor revela que a perda de sua mãe teve uma importância crucial na sua trajetória. Esta perda é evidente em vários trechos de seu diário. Organizado em trechos fragmentados — como é comum nesse tipo de obra —, o diário apresenta inúmeros trechos nos quais o autor trata de solidão e luto. Antes de analisar o diário, porém, apresentamos um breve resumo da vida do escritor. Em seguida, abordamos a questão da morte, explicitando como a sociedade lida com ela atualmente. Posteriormente, refletimos sobre o caráter abjeto da morte. Por fim, tratamos do diário de Walmir Ayala. Dividido em três volumes, que somam quase quatrocentas páginas, a obra revela o estreito vínculo do escritor com a morte. Como referencial teórico, são utilizadas, principalmente, as obras de Ariès (2013), Kristeva (1982) e Rodrigues (1983).

https://doi.org/10.24261/2183-816x0529
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Referências

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