Resumo
O artigo retoma a significância do gênero carta no contexto escravista brasileiro para, a partir dos desdobramentos dessa reflexão, analisar comparativamente o romance, publicado em 2006, Um defeito de cor, que, em um de seus sentidos de leitura, performatiza uma carta de Luíza Mahin ao seu filho desaparecido, Luiz Gama; e a carta escrita pelo poeta Luiz Gama, em 1880, na qual surge pela primeira vez na discursividade do país o nome de Luíza Mahin, identificada como a mãe desaparecida de Gama. Diante de um contexto de violentas coerções, as possibilidades de uma "escrita do eu" pelos africanos e seus descendentes no Brasil vinculam-se, assim, a procedimentos que se fundamentam na suplementaridade entre a literatura e a história.
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Copyright (c) 2019 Fabiana Carneiro da Silva