Resumo
Este artigo pretende analisar o mecanismo educacional implementado pelos internatos escolares de três romances – A Cidade e os cachorros (1963) de Mario Vargas Llosa, Manhã submersa (1954) de Vergílio Ferreira e O Ateneu (1888) de Raul Pompéia. O objetivo é examinar como as particularidades dos coercitivos métodos adotados pelos dirigentes dessas instituições podem ser tomadas como variações de um mesmo sistema de controle disciplinar, o qual, utilizando a medida da vigilância panóptica, uma rotina de exercícios repetitivos e exaustivos e leis próprias de premiação e punição, visa moldar o comportamento do interno, induzindo-o a um tal estado de alienação que aplaque a sua capacidade de diferenciação e de contestação. Prevê-se ainda explorar, mais especificamente, as implicações da postura autoritária e arbitrária dos educadores desses romances para a formação integral dos alunos protagonistas, uma vez que a prioridade parece ser a de assegurar a imagem do colégio e seus próprios interesses.

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Copyright (c) 2021 Ana Carolina Rhormens de Santana, Caio Gagliardi