Resumo
Uma forma particular de metaficção historiográfica sobre a colonização holandesa do Brasil, o "romance-ideia" Catatau (1975) de Paulo Leminski parece menos preocupado com a história factual do que com as dimensões epistêmicas do discurso colonial sobre o Brasil. Na leitura aqui proposta, o romance de Leminski é entendido como um "instrumento de pensamento" (V. DAS) decolonial baseado em uma estética performativa. As estratégias textuais de Catatau transformam o protagonista, um Descartes ficcionalizado, em uma câmara de ecos na qual os racionalismos coloniais são negados por apropriações de certos pré-textos e gêneros e uma prolífera linguagem de diferença, resultando em uma "des-interpretação" do Brasil como forma de "des-pensar" a colonialidade.
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Copyright (c) 2022 Peter Schulze