Resumo
Este artigo traz um estudo sobre as diferentes formas como o feminicídio conjugal está representado nas narrativas de Marina Colasanti e Patrícia Melo. Para essas autoras, o repertório do feminicídio está relacionado a valores misóginos, que entrecruzam o culto da honra masculina e o ódio à mulher advindo da tradição patriarcal conservadora. Nesse tipo de crime, há um conjunto de códigos, compartilhados coletivamente, que fazem parte de uma língua espectral, conforme Giorgio Agamben (2010). Entre tais códigos, destacamos ``permissão de matar'', conforme Lia Zanotta Machado (2019); ``confraria machista'', articulada por Rita Segato (2005); e ``aniquilamento simbólico'', segundo estudos de Lourdes Bandeira e Maria José Magalhães (2019). Nesta discussão identificamos como Colasanti e Melo questionam a permanência desses códigos por meio uma autópsia moral do feminicídio
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Carlos Magno Gomes