Trajetórias de (des)aprendizagens em ​Mulheres empilhadas, de Patrícia Melo
Capa Veredas 37
PDF

Palavras-chave

literatura contemporânea
silenciamento
violência contra a mulher
feminicídio

Como Citar

COUTINHO, I. V. B. F. Trajetórias de (des)aprendizagens em ​Mulheres empilhadas, de Patrícia Melo. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, [S. l.], n. 37, p. 24–40, 2022. DOI: 10.24261/2183-816x0237. Disponível em: https://revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/831. Acesso em: 15 jan. 2025.

Resumo

O presente texto traz reflexões acerca da literatura brasileira contemporânea, tendo como universo empírico de investigação a obra ​Mulheres empilhadas​, de Patrícia Melo (2019), que tematiza, entre outras questões, a violência contra a mulher e o feminicídio. O objetivo gira em torno de analisar as jornadas de (des)aprendizagens empreendidas durante os trânsitos geográficos e identitários da protagonista e narradora, denominada jovem advogada, que enfrenta a violência de gênero e suas consequências, tanto na vida pessoal quanto na atividade profissional. A obra, unindo três níveis discursivos, faz ressoar uma voz autoral feminina, evidenciando a necessidade de ressignificação dos construtos simbólicos, socioculturais e políticos que alimentam a cultura sexista, a impunidade e as mais diversas formas de subalternização e silenciamento imputadas às mulheres na contemporaneidade.

https://doi.org/10.24261/2183-816x0237
PDF

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução de Vinícius Nicastro Honesco. Chapecó, SC: Argos, 2013.

ALMEIDA, Sandra Regina Goulart. Mobilidades culturais, geografias afetivas: espaço urbano na narrativa brasileira contemporânea. In: DALCASTAGNÈ, Regina; LEAL, Virgínia M. V. Espaço e gênero na literatura brasileira contemporânea. Porto Alegre, RS: Zouk, 2015.

ARAÚJO, Maria da Conceição Pinheiro. Tramas Femininas na Imprensa do Século XIX: Tessituras de Ignez Sabino e Délia.Tese (Doutorado em Letras) Faculdade de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. Disponível em: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/1894Acesso em 06/10/2020

ATLAS da violência. Fórum Brasileiro de Segurança pública, 2021. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/publicacoes/213/atlas-da-violencia-2021-principais-resultados. Acesso: 02/12/2021

BANDEIRA, Lourdes Maria; MARTINS, Ana Paula Antunes. Violências nominadas pelo crime de feminicídio: notas para o aprimoramento das políticas públicas de prevenção no Brasil. In: MIGUEL, Felipe Luis; BALLESTRIN, Luciana. (Orgs.) Teoria e política feminista: contribuições ao debate sobre gênero no Brasil. Porto Alegre: Editora Zouk, 2020.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. Tradução de Sérgio Milliet. 4. ed. São Paulo: Difusão européia do livro, 1970. Disponível em: https://farofafilosofica.com/2016/11/21/simone-de-beauvoir-bibliografia-em-pdf/. Acesso: 01/09/2020

BLANCHOT, Maurice. A conversa infinita: a palavra plural. São Paulo: Escuta, 2010.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade. 6 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

COSTA, Marcondes Lima da; SILVA, Anna Cristina L. R da; ANGÉLICA, Rômulo Simões. Muyrakytã ou muiraquitã, um talismã arqueológico em jade procedente da Amazônia: uma revisão histórica e considerações antropogeológicas. Acta maz.[online]. 2002, vol.32, n.3, pp.467-467. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S00449672002000300467&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso: 03/10/2021

DALCASTAGNÈ Regina. O prego e o rinoceronte. Porto Alegre, Editora Zouk, 2021.

DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Vinhedo: Editora Horizonte/Rio de Janeiro: Editora da UERJ, 2012.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Tradução era Casa Nova; Márcia Arbex. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG, 2014.

KEHL, Maria Rita. Deslocamentos do feminino. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2016.

MACHADO, Lia Z. Gênero, um novo paradigma? Cadernos Pagu. n. 11. Campinas - SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, Unicamp, 1998, p. 107-125.

MATOS, Marlise. Epistemologias crítico-feministas de gênero e raça: contribuições e desafios para as ciências e a pesquisa no Brasil. MIGUEL, Felipe Luis; BALLESTRIN, Luciana. (Orgs.) Teoria e política feminista: contribuições ao debate sobre gênero no Brasil. Porto Alegre: Editora Zouk, 2020.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção e política da morte. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MIGUEL, Felipe Luis; BALLESTRIN, Luciana. (Orgs.) Teoria e política feminista: contribuições ao debate sobre gênero no Brasil. Porto Alegre: Editora Zouk, 2020.

MELO, Patrícia. Mulheres empilhadas. São Paulo: Leya, 2019.

ORLANDI, Eni Puccinelli. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.

SAFFIOTI, Heleieth. Gênero, patriarcado e violência. 2. ed. São Paulo, Editora Perseu Abramo, Coleção Brasil Urgente, 2011.

SEGATO, Rita Laura. ​ Femigenocidio y feminicidio: una propuesta de tipificación​ In: Labrys Études féministes/Estudos feministas, Brasília, Montreal, París, n.24, jul.-dez., 2013. Edição digital. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys24/feminicide/rita.htm. Acesso: 03/12/2021

SEGATO, Rita Laura. ​Las estructuras elementales de la violência: ensayos sobre género entre la antropología, el psicoanálisis y los derechos humanos​. Bernal, Argentina: Universidad Nacional de Quilmes, 2003.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. ​Pode o subalterno falar?​Tradução Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. 2 reimpressão. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. Disponível em: http://wisley.net/ufrj/wp-content/uploads/2015/03/images_pdf_files_Pode_o_subalterno_falar-Spivak.pdf​. Acesso em 20/09/2020.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Ilmara Valois Bacelar Figueiredo Coutinho