Resumo
Que a épica portuguesa e a épica castelhana do século XVI tenham rivalizado, como, aliás, os próprios impérios, é uma ideia comum, encarnada por figuras como as de Alonso de Ercilla em Espanha e Luís de Camões em Portugal. A reflexão aqui apresentada procura reevaluar esta ideia através do estudo das descrições geográficas presentes nos poemas de Ercilla, Camões, e também de um terceiro poeta, Jerónimo Corte-Real, que escreveu sucessivamente em português e em castelhano. Através da análise das relações intertextuais que unem as suas descrições geográficas, procuramos compreender as etapas de uma evolução paralela no tratamento de problemáticas comuns a ambos os territórios: as relações das metrópoles com as colónias, as relações das colónias entre si e, finalmente, as relações entre as próprias metrópoles.

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