Ser-se estrangeiro: forjas (a)poéticas de desterritorialização
Imagem da capa: Mural de Ruben Zacarias no Parque Nacional de Gorongosa - Moçambique, 2020.
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Palavras-chave

a-poética
desterritorialização
estrangeiro
nacionalismo

Como Citar

AUGUSTO DA SILVA, L. Ser-se estrangeiro: forjas (a)poéticas de desterritorialização. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, [S. l.], n. 33, p. 16–30, 2021. DOI: 10.24261/2183-816x0233. Disponível em: https://revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/585. Acesso em: 23 abr. 2024.

Resumo

A partir de um quadro teórico que conjuga o conceito de \textit{desterritorialização} tal qual desenvolvido por Gilles Deleuze e Félix Guattari, e da teoria a-poética de Charles Bernstein, analisa-se três movimentos de fuga à territorialidade, permeados pelos processos de colonização moderna e globalização contemporânea, debruçando-se sobre três bases literárias. Primeiro intenciona-se analisar como este processo ocorre na relegação da condição de estrangeiro aos nativos de um território na exploração colonial com enfoque no conto "A legião estrangeira" de Clarice Lispector; depois, investiga-se o movimento de globalização pela consolidação da língua inglesa como padrão comunicacional pela análise crítica de poemas de Paulo Leminski e José Brites; finalmente, a partir de uma leitura dos poemas que compõem "Mapas de Viagem" de Frederico Barbosa, conclui-se sobre os hiatos da composição de uma identidade nacional gerados pelas desigualdades e mazelas internas deflagradas no caso brasileiro.

https://doi.org/10.24261/2183-816x0233
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Referências

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