Resumo
O presente artigo pretende se deter sobre a representação dos modos de condução da guerra da expansão imperial portuguesa quinhentista contida nas narrativas cronisticas que tratam da presença militar lusitana na América portuguesa. Pleiteia-se que os métodos de combate descritos nos textos sugerem que a revolução nos assuntos militares, termo que designa na bibliografia especializada o processo de modernização dos exércitos europeus modernos, não fincou raízes em solo lusitano quatrocentista e quinhentista. Os guerreiros e conquistadores que se assenhorearam de uma vasta porção do globo utilizaram predominantemente de táticas de incursão de infantaria desordenada ao estilo de razias. O estudo se baseou em um corpus constituído por cronistas quatrocentistas e quinhentistas: Gomes Eanes de Zurara; Rui de Pina; João de Barros; Lopes de Castanheda; Gaspar Correia; Gabriel Soares de Souza e Frei Vicente de Salvador.
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