Resumo
Em Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, ao fundir o mundo psicológico e social, o autor constrói a interpretação do Brasil como um outro, refletindo sobre as contradições dos anos 1930, época marcada por transformações de intuito modernizador, mas que permanecia quase imobilizado historicamente. A interpretação de Ramos acontece em duas direções. Primeiro o da construção da memória reiterada, fruto do aprisionamento do corpo, gerando repetições de pensamentos, confusão mental e perda da orientação do tempo. Segundo, a transferência do sentimento de confusão e desorientação para as reflexões do mundo fora da cadeia: justiça que não funciona, reputações aniquiladas devido ao estado fascista que se forma. O resultado da experiência do cárcere, e das reflexões sobre o Brasil é de que o governo Vargas manteve o país semelhante ao que destruía.

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Copyright (c) 2023 Luís Alfredo Paduanelli Galeni