Colonialismo e anticolonialismo em contos angolanos de João Melo
Veredas n. 25
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Palavras-chave

Angola
anti(neo)colonialismo
engajamento sartriano
identidade cultural
pós-colonialismo
João Melo

Como Citar

MITIDIERI, A. L.; GEHLEN, R. S. Colonialismo e anticolonialismo em contos angolanos de João Melo. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, [S. l.], n. 25, p. 149–170, 2017. DOI: 10.24261/2183-816x2508. Disponível em: https://revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/374. Acesso em: 28 mar. 2024.

Resumo

A presente análise busca relacionar as obras literárias Imitação de Sartre & Simone de Beauvoir e Filhos da pátria, de autoria do escritor angolano João Melo, com o colonialismo e o anticolonialismo, que são diretamente implicados ao pós-colonialismo. A literatura pós‑colonial reflete sobre a condição periférica e sua relação contextual. Como aspecto colonialista a ser considerado, na primeira das coletâneas de contos referidas, tem-se a dominação masculina e, na segunda, a organização da elite angolana pós‑independência. Como aspecto anticolonialista, tem-se, no primeiro livro, o pensamento de Simone de Beauvoir acerca da condição feminina, através da busca pela emancipação das personagens femininas e, no segundo, as questões da identidade nacional e individual.. O engajamento sartriano, redimensionado sob a perspectiva pós-colonialista, apresenta-se como estratégia antineocolonialista, fazendo frente ao neocolonialismo, representado pela antiutopia contemporânea e pelo formalismo pós-moderno, subvertido pela metalinguagem, pela paródia e pela reversão de suas expectativas de leitura, na contística de Melo.

https://doi.org/10.24261/2183-816x2508
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