A escritura como hospitalidade em A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert
Capa Veredas 28
PDF

Palavras-chave

Davi Kopenawa
autoria
literatura comparada
escrita
etnologia

Como Citar

CORREIA DOS SANTOS, C. A escritura como hospitalidade em A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, [S. l.], n. 28, p. 89–100, 2019. DOI: 10.24261/2183-816x0728. Disponível em: https://revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/411. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

 Davi Kopenawa e Bruce Albert realizam juntos A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Considerado uma profecia, este livro de autoria complexa dá conta de um mundo (não só yanomami) visitado, colonizado, catequizado, invadido, defendido, ameaçado. O outro, aí, é o napë, palavra que passa a se referir ao conceito de branco, além de inimigo e estrangeiro. A partir da relação entre Kopenawa e Albert, proponho ler A queda do céu como performance que visa uma hospitalidade ainda desconhecida, que dissolveria o paradoxo mesmo que a constitui: pois aquele que é hospitaleiro deve ser o dono da casa, o proprietário, aquele que tem direito a um território e que, assim, o abriria ao outro. Minha hipótese é de que a hospitalidade por vir de Jacques Derrida seja possível hoje para um Yanomami e na relação que ele impõe a quem acorda, aos que dizem um tipo de "sim" no ato de ler A queda do céu. Ademais, A queda do céu, com sua origem múltipla, humana e não humana, corrobora uma autoria que desmente a propriedade e que impele o leitor a uma tomada de posição.

https://doi.org/10.24261/2183-816x0728
PDF
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 Carolina Correia dos Santos