Resumo
A poesia épica do Renascimento, nos seus dois maiores exemplos, Os Lusíadas e Naufrágio de Sepúlveda , dedica um espaço central para a encenação e a reflexão sobre a poesia e o saber, e o seu lugar de importância para o homem. N'Os Lusíadas , o episódio final da Ilha dos Amores forma o palco para a encenação narrativa de três gêneros poéticos e do seu contexto epistemológico. Essa leitura autorreflexiva do poema é corroborada pelo testemunho da segunda grande epopeia do Renascimento português: o Naufrágio de Sepúlveda de Jerónimo de Corte-Real retoma os mesmos pontos em relação à constituição de saber e poesia, mas responde de maneira diametralmente oposta à afirmação do poema camoniano de que as armas precisam da mediação das letras para a fama dos novos heróis lusitanos se constituir.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 Roger Friedlein