Trauma, memória e latência em Diário da queda, de Michel Laub
Veredas 26
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Palavras-chave

narrativa brasileira contemporânea
memória
Michel Laub

Como Citar

ROCHA, R. C. Trauma, memória e latência em Diário da queda, de Michel Laub. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, [S. l.], n. 26, p. 118–134, 2018. DOI: 10.24261/2183-816x0826. Disponível em: https://revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/382. Acesso em: 1 maio. 2024.

Resumo

O romance Diário da queda, de Michel Laub, coloca em pauta a memória da Shoah, narrando as ressonâncias do trauma em três gerações de uma mesma família. Os procedimentos narrativos mobilizados para a construção das memórias — narrador em primeira pessoa que narra as suas próprias memórias, cravejadas pelas memórias de outrem; movimento espiralar que embaralha passado, presente e porvir, sem definição clara das origens das diferentes dores tematizadas pelo enredo — permitem que se entreveja a maneira como as marcas do passado, estendidas ao presente por meio da escrita, são inescapáveis, embora, paradoxalmente, a própria escrita seja usada com o objetivo de expurgar o passado.

https://doi.org/10.24261/2183-816x0826
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