Entre fragmentações identitárias e estruturais: o romance contemporâneo de Adriana Lisboa
Capa Veredas n. 30
PDF

Palavras-chave

pós-modernidade
estrutura narrativa
fragmentação
identidades
Adriana Lisboa

Como Citar

SILVA, M. C. da; ZOLIN, L. O. Entre fragmentações identitárias e estruturais: o romance contemporâneo de Adriana Lisboa. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, [S. l.], n. 30, p. 147–160, 2019. DOI: 10.24261/2183-816x1030. Disponível em: https://revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/557. Acesso em: 3 nov. 2024.

Resumo

Este artigo propõe algumas reflexões sobre o romance contemporâneo, chamando atenção para o fato de o mesmo replicar o contexto pós-moderno em que emerge no modo como representa identidades e elementos estruturais fragmentados. Isso implica dizer que as formas épicas que ilustraram por muito tempo o ato de narrar tiveram que se adequar à instabilidade do tempo, por meio de narradores híbridos, não confiáveis, de onisciência seletiva e/ou relativizada, fluxo de consciência, fragmentação espacial, estrutural e temporal, entre outras características do romance contemporâneo que, não raras vezes, impõe dificuldades às classificações tradicionais. Assim, sob a luz das ponderações de teóricos e pesquisadores como Adorno (2003), Rosenfeld (1973), Bauman (2001), Hall (2011) entre outros, nosso intuito é problematizar essas questões tomando como \textit{corpus} principal de análise os romances Rakushisha (2007) e Hanói (2013), de Adriana Lisboa.

https://doi.org/10.24261/2183-816x1030
PDF

Referências

Adorno, Theodor. Posição do narrador no romance contemporâneo. In: Notas de Literatura I. Tradução Jorge de Almeida. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2003. p. 55-63.

Arrigucci, Davi. Teoria da narrativa: posições do narrador. Jornal de Psicanálise, São Paulo, v. 31, n. 57, p. 9-43, set. 1998.

Augé, Marc. Não-Lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Tradução Maria Lúcia Pereira. 5. ed. Campinas: Papirus, 2005.

Bauman, Zygmunt. Modernidade liquida. Tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

Bauman, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

Bakhtin, Mikhail. Epos e Romance. In: Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. São Paulo: Hucitec, 2010.

Benjamin, Walter. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense: 1987.

Collin, Lucy. Com que se pode jogar. Ed. Kafka: Curitiba, 2011.

Cury, Maria Zilda Ferreira. Cartografias literárias: Tsubame, de Aki Shimazaki, e Rakushisha, de Adriana Lisboa. 2012. Disponível em: http://www.revistas.unilasalle.edu.br/index.php/interfaces/article/viewFile/436/304. Acesso em: 18 jul. 2015.

Friedman, Norman. O Ponto de Vista na Ficção: o desenvolvimento de um conceito crítico. Revista USP, São Paulo, n. 53, p. 166-182, mar./mai. 2002.

Fernandes, Giséle Manganelli. O pós-modernismo. In: Bonnici, Thomas & Zolin, Lúcia Osana (orgs.). Teoria Literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 3. ed. Maringá: Eduem, 2009.

Hall, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2011.

Levy, Tatiana Salem. A chave de casa. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008.

Lisboa, Adriana. Rakushisha. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.

Lisboa, Adriana. Hanói. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Lukács, G. A teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. (Tradução, posfácio e notas de José Marcos Mariani de Macedo). São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000.

Vigna, Elvira. Deixei ele lá e vim. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 Mirian Cardoso da Silva, Lúcia Osana Zolin